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CONCILIO DE ÉFESO
(III Ecumênico)
O Concílio de Éfeso foi convocado pelo imperador Teodósio o Jovem no ano 431, para falar sobre a controvérsia nestoriana. Nestório ameaçava separar a Pessoa de Cristo. Éfeso, a antiga capital da província romana da Ásia, é uma das sete cidades cujas Igrejas locais receberam cartas enviadas do Senhor por meio de João em Apocalipse.
Antecedentes
O Credo Niceno se referia primariamente à Trindade e às relações entre Seus membros, Pai, Filho e Espírito Santo; mas ficava sem esclarecer com relação do divino e o humano em Jesus Cristo, controvérsia que teria que continuar até o século VII, gerando divisões, das quais algumas seguem persistindo até nossos dias, pelas diferentes interpretações a respeito de como o Filho de Deus e o humano se uniram em Jesus do Nazaré. Apesar dos credos aprovados na Nicéia e Constantinopla, de tudo não tinham terminado as especulações em torno da Pessoa do Senhor Jesus.
As duas principais escola teológicas desse tempo, a da Alexandria e a da Antióquia tiveram seu enfrentamento encabeçado por seus dois patriarcas, Nestório de Constantinopla da de Antióquia e Cirilo de Alexandria. A escola da Alexandria interpretava as Escrituras alegoricamente, reduzindo ao mínimo o histórico, com a tendência de enfatizar ao elemento divino, reduzindo o aspecto humano em Jesus, e seu grande expoente foi Apolinário, bispo de Laodicéia. Na escola de Antióquia, com teólogos da estatura de Diodoro de Tarso, Teodoro da mopsuéstia, Nestório e Teodoreto, cultivava-se a erudição, rechaçava-se a exegese alegórica e dava muita importância ao estudo de documentos sobre o aspecto histórico dos evangelhos e que continham a vida de Jesus; daí que ali lhe dessem maior ênfase ao elemento humano, sem que negassem a deidade do Senhor, mas diferenciando-o de tal maneira do elemento divino, que dava a impressão que para alguns de seus representantes, em Jesus houve dois seres separados.
Como se vê, ambas as escolas se foram a extremos tais, que saíam da sã exegese do contexto bíblico. A escola da Alexandria nesse ponto era como uma ampliação do ensino de Atanásio. Recordemos que Atanásio enfatizava que «o Logos, quem era Deus da eternidade, fez-se homem».
Muitos pensadores cristãos, tanto da escola de Alexandria como da de Antióquia, não tinham clareza sobre a relação existente entre a divindade e a humanidade do Senhor. Embora ambas as escolas aceitavam a humanidade e a divindade do Salvador, entretanto em Alexandria pensavam que a natureza divina penetrou na humana como o fogo em uma brasa acesa. Enquanto que em Antióquia conceituavam que em Cristo havia duas Pessoas, a divina e a humana.
Esta controvérsia cristológica continuou até o ponto de destacar-se dois extremos: por um lado Nestório, bispo de Constantinopla, discípulo de Teodoro da mopsuéstia, como seguidor e sustentador da tese da escola da Antióquia, sustentava o das duas pessoas em Cristo, ensinando que o Verbo de Deus morou no homem Jesus; e por outro, o ambicioso Cirilo, sucessor do Teófilo no patriarcado da Alexandria desde 412 até 444, quem falava de uma só natureza em Cristo, como se no Verbo encarnado, a divindade tivesse absorvido à humanidade; de maneira que nenhuma das duas escolas de pensamento via com clareza as duas naturezas em uma mesma pessoa invisível. Com Cirilo estavam várias classes de monofisitas, ou seja, os seguidores da doutrina teológica que não reconhece duas naturezas distintas em Jesus Cristo, a divina e a humana, a não ser uma só natureza teândrica. Os monofisitas à larga foram criando historicamente suas próprias Igrejas nacionais como a Armênia, a Etiópica, a Copta do Egito e a Siríaca-Jacobita.
Como se vê, Nestório e Cirilo são os dois grandes protagonistas do Concílio de Éfeso; grandes rivais, cujas raízes se aprofundam nas ambições, poder e hegemonia eclesiástica no Oriente, e entre todo esse matagal de conflitos e ódios, enredava-se o assunto cristológico; mas o que aparentemente acendeu a rivalidade entre o Cirilo e Nestório foi a polêmica relacionada com a Maria assim que mãe de Jesus. A escola de Alexandria, com o Cirilo à cabeça e sob uma capa de ortodoxia nicena, aplicava a Maria o nome do Theotocos (Mãe de Deus), o qual não aceitava a de Antioquia.
Nestório, homem erudito e prudente, como bispo de Constantinopla, atacou as heresias, em especial o abandono das correntes arianas; mas como autêntico representante da escola de Antióquia, para referir-se a María em seus sermões, recusava empregar o termo grego Theotokos (Mãe de Deus), e preferia em troca Christotokos (mãe de Cristo), pois dizia que o que tinha nascido da Maria não era Deus, a não ser o templo aonde veio Deus a morar, e deixava ao descoberto que não compreendia o significado da união das duas naturezas na Pessoa de Cristo.
Cirilo sustentava que o Verbo eterno veio e nasceu segundo a carne porque assumiu pessoalmente a natureza humana, por nossa salvação. Neste sentido, toda esta controvérsia segue girando em torno da cristología, pois ainda não se iniciou a mÁriologia como sistema teológico. É certo que sendo o Verbo de Deus, Deus desde toda a eternidade, Maria não foi a mãe de Sua natureza divina. Entretanto, é bom nos localizar em um prudente término médio, pois embora é certo que Maria é mãe da humanidade do Filho de Deus, não é menos certo que o que nasceu de seu ventre também é Deus desde toda a eternidade, e não é bom confundir as palavras natureza e pessoa, que são bem distintas, e assim evitar o monofisismo. Em Jesus há duas naturezas mas uma só Pessoa. se recorde que só no concílio da Calcedônia vieram a afirmá-las duas naturezas da única pessoa de Cristo. Esclarecemos que foram os seguidores de Nestório os que posteriormente concluíram que em Jesus tinha que haver duas pessoas.
diz-se que houve um acalorado e inútil intercâmbio de cartas entre os dois bispos, Nestório e Cirilo. Mais tarde ambos escreveram ao Celestino, bispo de Roma, quem falhou contra Nestório, talvez movido porque Cirilo tinha sido mais condescendente para com ele que seu rival, e, além disso, porque Nestório se mostrou um pouco hospitalar com uns pelagianos que tinham fugido a Constantinopla. Tudo isto foi se agravando, e foi necessária a convocatória de um concílio geral que tratasse esta controvérsia.
O Concílio
O concílio de Éfeso foi convocado pelo imperador Teodósio o Jovem, para ser iniciado para o Pentecostés do ano 431. Como dado curioso anotamos que a este concílio foi convidado Agostinho da Hipona, mas não recebeu o convite devido a sua cidade eventualmente se achava sitiada pelos vândalos, ano em que também morreu.
Cirilo e seus seguidores, em total uns setenta e oito que já tinham chegado, e sob a presidência de Cirilo, o principal opositor, e face aos protestos dos presentes, inauguraram as sessões em 22 de junho do ano 431, sem esperar ao patriarca João de Antióquia, nem aos amigos de Nestório, os bispos da escola da Antióquia, nem aos legados de Celestino, o bispo de Roma e o resto de bispos ocidentais. Ante este fato, Nestório se negou a comparecer. Nestório via em Cirilo não só ao chefe do concílio de Éfeso, mas também também ao juiz, ao acusador e monopolizador de tudo. diz-se que, contra a prática conciliar, em uma sessão que durou todo o dia, o Concílio condenou e depôs a Nestório, declarando-o o novo Judas, com o aval de Memnon, o bispo do Éfeso, quem se encarregou de excitar o povo da cidade, quem mais tarde cometeram atos de violência contra Nestório e seus partidários. A sentença contra Nestório finalmente foi assinada por 198 bispos. Cirilo e seus partidários celebravam um triunfo da Santa Virgem, mais que da doutrina cristológica, que em últimas era a questão do debate, e toda a província estava interessada nas conclusões do concílio, se tivermos em conta que de acordo à tradição, a Virgem María viveu seus últimos anos e morreu na cidade de Éfeso, e o ardor dos provincianos por Maria tinha apagado o que antigamente tinham tido por Diana dos efésios *(1). Fazendo ornamento de um cristianismo decadente, é responsabilidade do Cirilo o ter misturado um elemento de tintura supersticioso, como é a piedade popular efesina para a virgem Maria, com a discussão de uma controvérsia teológica como é a cristología, com suas graves conseqüências no futuro do dogma do Ocidente, a tal ponto que nos tempos que vivemos há sérios projetos de declará-la dogmáticamente corredentora e mediadora de todas as obrigado.
*(1) Atos dos Apóstolos, cap. 19.
Quando chegaram João, bispo da Antióquia e o resto de partidários de Nestório, somando uns quarenta e três, e pretendendo ser o legítimo concílio, também se reuniram em assembléia e condenaram, depuseram e excomungaram a Cirilo e a Memnón, acusando os de arianos e apolinários. Poucos dias depois atracou ao Éfeso a delegação de bispos que representava a Celestino de Roma, e fazendo a sessão com a maioria, excomungaram a João e seu partido.
Havendo ambos os bandos apelado ao imperador, este, tratando de conciliar os dois partidos, confirmou que se depusesse de seus cargos e se detiveram os dois chefes das duas facções, João e Cirilo, assim como a Memnón; mas chegados os legados do bispo de Roma, se puseram de lado de Cirilo e solicitaram que se reabrisse o concílio, e se iniciou um largo trabalho de reconciliação entre João e Cirilo, que ao final resultou em que Cirilo acabou aceitando uma fórmula de fé proposta por João de Antióquia. Este concílio, ao fim e ao cabo dominado por Cirilo, inclinou-se para a escola de pensamento teológico da Alexandria com seu sistema alegórico de interpretação bíblica, herdado de Filão, Orígenes e Clemente, entre outros, e que exerceu influência na cristandade, cujas conseqüências tiveram que ver no descuido de que foi objeto a Bíblia na idade Média, e à larga o sistema alegórico de exegese bíblica fortaleceu o clericalismo e a hegemonia papal. Entretanto, a fórmula contribuída por João de Antióquia, salvou este concilio de cair no monofisismo, pois Cirilo teve que renunciar a alguns de seus pontos. Transcrevemo-la a seguir:
"Confessamos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, composto de um corpo e uma alma racionais; que foi gerado do Pai desde antes de todos os tempos quanto a sua divindade, e quanto a sua humanidade nasceu de uma virgem no cumprimento do tempo, por nós e por nossa salvação; que é da mesma substância que o Pai referente à divindade e da mesma substância que nós referente à humanidade, já que as duas naturezas estão unidas a uma à outra. De maneira que não reconhecemos mais que um só Cristo, um só Filho e um só Senhor. Por causa desta união, isenta de toda mescla, reconhecemos igualmente que a Santa Virgem é mãe de Deus, porque o Verbo, feito carne, uniu-se a partir da concepção ao templo tirado dela. Quanto às expressões evangélicas e apostólicas sobre Cristo, uma parte das quais os teólogos aplicam às duas naturezas, porque se referem a uma só Pessoa, enquanto que distinguem as outras, porque se referem a alguma das duas naturezas e as expressões que convêm a Deus se dirigem à divindade, enquanto que as expressões que assinalam a humanidade se dirigem à humanidade".
Nestório foi o que levou a pior parte, pois se lhe mandou que vivesse à frente em um monastério, e mais tarde lhe exilou no Alto Egito aonde viveu em condições supremamente angustiosas, tanto físicas como mentais. diz-se que adoeceu por longos anos no deserto. Estando no exílio escreveu sua defesa em uma confusa declaração de sua fé, sustentando a presença do divino e o humano em Cristo, mas com dois seres ou pessoas distintas. Nestório não admitia que o Logos divino tivesse relação com sofrimento ou debilidade humana alguma, e sustentava que seus oponentes alexandrinos incorriam em engano ao superestimar a divindade de Jesus Cristo às custas de sua humanidade. A opinião da maioria era que em Cristo há duas naturezas coexistentes em uma pessoa (prosopon) e uma substância (hypostasis). Apesar das perseguições, os nestorianos ainda existem em países como Curdistão, Pérsia e países do Próximo Oriente, aonde somam 150.000 fiéis.
Éfeso e o pelagianismo
Este concílio refutou os enganos de Pelágio; controvérsia trazida ao concílio pela representação ocidental, já não de tipo cristológico a não ser antropológico. Pelagio era um monge britânico que ensinava a salvação do homem por seus próprios méritos e esforços, sem necessidade da graça divina, e que o homem não herda sua natureza pecaminosa de Adão. Pelágio não descartava a graça de Deus como valiosa, mas para ele não era indispensável para a salvação. Para refutar e condenar esta heresia, este concílio usou o importante trabalho elaborado por Agostinho, bispo de Hipona, no norte da África, aonde expor claramente as doutrinas bíblicas da universalidade do pecado, a incapacidade natural do homem para obrar o bem e conseguir sua própria salvação, e de que o homem em forma absoluta necessita da graça de Deus para salvar-se e perseverar na fé.
A doutrina bíblica da graça, esse dom imerecido de Deus a favor de nós os homens, tão claramente exposta no Novo Testamento, em especial nas cartas do Paulo, foi duramente desprezada pelo inimigo de Deus e da Igreja. Como todos os enganos e heresias, o pelagianismo e semi-pelagianismo, apesar de terem sido condenados em sínodos e concílios, teve seus cultivadores ao longo da história, e paradoxalmente hoje existem grandes vertentes da cristandade que seguem mantendo a ênfase na graça de Deus, mas mesclada com obras, em detrimento de doutrina bíblica da predestinação e a soberania de Deus na eleição e a perseverança dos Santos. O homem sim deve cooperar com a graça de Deus no sentido de usar sua vontade para receber voluntariamente a salvação, pois a salvação não é algo irresistível; mas uma vez salvo, o homem é sempre salvo. A Palavra de Deus diz que o homem por si só não pode fazer o bem nem salvar-se; e que a salvação é um presente de Deus que ninguém merece nem no passado, nem no presente nem no futuro.
"18 E eu sei que em mim, isto é, em minha carne, não habita bem nenhum; porque o querer o bem está em mim, mas não o fazê-lo. 7 Por quanto a mente carnal é inimizade contra Deus; porque não se sujeita à lei de Deus, nem tampouco pode" (Ro. 7:18; 8:7).
"Porque o pagamento o pecado é morte, mas a dádiva de Deus é vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor" (Ro. 6:23).
"28 E sabemos que aos que amam a Deus, todas as coisas ajudam para o bem dele, isto é, aos que conforme a seu propósito são chamados. 29Porque aos que antes conheceu, também os predestinou para que fossem feitos conforme à imagem de seu Filho, para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou. 38Pelo qual estou seguro de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem potestades, nem o presente, nem o futuro, 39nem o alto, nem o profundo, nem nenhuma outra coisa criada nos poderá separar do amor de Deus, que é em Cristo Jesus nosso Senhor" (Ro. 8:28-30, 38-39).
"3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos benzeu com toda bênção espiritual nos lugares celestiais em Cristo, 4segundo nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos Santos e sem mancha diante dele, 5em amor nos havendo destinado para ser adotados seus filhos por meio do Jesus Cristo, segundo o puro afeto de sua vontade. 11 Nele deste modo tivemos herança, tendo sido predestinados conforme ao propósito de que faz todas as coisas segundo o intuito de sua vontade" (Ef. 1:3-5, 11).
Note-se que a palavra diz que ninguém se salva por seus próprios méritos, ninguém se salva por obras ou obedecer leis; o homem não tem essa capacidade; mas sim foi destinado desde antes da fundação do mundo para esta salvação tão grande, cuja fonte é a exclusiva vontade de Deus.
"8Porque por graça são salvos por meio da fé; e isto não vem de vós, pois é dom de Deus; 9 não por obras para que ninguém se glorifique" (Ef. 2:8,9).
"Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e acreditaram todos os que estavam ordenados para vida eterna" (At. 13:48).
Consequências
As duas grandes conseqüências negativas do concílio de Éfeso são o monofisismo e a mÁriologia. O monofisismo se desprende dos conceitos alexandrinos, com Cirilo como um de seus fundamentos, ao apresentar à natureza divina de Cristo penetrando e absorvendo à humanidade como o fogo à brasa ardendo, dando por resultado que em Cristo se dá uma só natureza.
Quanto a mÁriologia, embora nesse tempo ainda não se dava um culto público a Maria, com o tempo vimos a mÁriolatria que se desenvolveu, devido a desnecessária ênfase que a declaração do Theotocos ou Mãe de Deus que foi conferida em Éfeso, lhe concedeu nos séculos posteriores, o qual há concorrido em alguma maneira com o rigor da cristocentricidade que caracteriza toda a teologia bíblica.
O triunfo do arbitrário sistema alegórico alexandrino contribuiu deste modo a que se obscurecesse o significado dos textos bíblicos, o qual trouxe como conseqüência que a Palavra de Deus perdesse autoridade, surgisse o escolasticismo no afã de procurar luz por meio do uso da razão e a filosofia aristotélica, e se colocasse a autoridade da Igreja e da Tradição por cima da autoridade da Escritura. Apesar de seus esforços por corrigir esta situação, o sistema católico romano segue insistindo e adotando um "magistério" para a interpretação bíblica. Por estas razões vimos que através dos séculos a Bíblia foi considerada como um livro escuro, oculto, de difícil interpretação, chegando a difundir-se inclusive a peregrina idéia de que quem lesse a Bíblia poderia perder a razão. Mas a mesma Palavra de Deus diz:"15 E que da infância soubeste as Sagradas Escrituras, as quais lhe podem fazer sábio para a salvação pela fé que é em Cristo Jesus. 16Toda a Escritura é inspirada Por Deus, e útil para ensinar, para replicar, para corrigir, para instruir em justiça, 17a fim de que o homem de Deus seja perfeito, inteiramente preparado para toda boa obra" (2 Timóteo 3:15-17).
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